A valorização do bitcoin nas últimas semanas fez com que o mercado registrasse um recorde que preocupa investidores: agora, os Estados Unidos detêm o equivalente a US$ 8,3 bilhões (mais de R$ 40 bilhões, na cotação atual) em unidades da criptomoeda que foram apreendidas ao longo dos anos.
O valor expressivo reforça os temores de um impacto relevante no mercado caso o país decida se desfazer dessas criptomoedas em algum momento. O país já realizou algumas vendas anteriormente e possui cerca de 200 mil unidades atualmente. Contabilizando os ativos vendidos e os mantidos, o total chegaria a US$ 17 bilhões, considerando a cotação atual da moeda digital.
Apenas nos últimos três meses, o valor das unidades de bitcoin apreendidas pelo país saltaram cerca de US$ 3,3 bilhões, refletindo a forte valorização da criptomoeda no mesmo período. A alta é apoiada pelo otimismo de investidores em relação à aprovação de ETFs de preço à vista do ativo nos Estados Unidos, prevista para ocorrer ainda em janeiro.
Estados Unidos e bitcoin
O temor dos investidores é que os Estados Unidos vendam todo o montante de uma vez, o que geraria um despejo de quantidade significativa do ativo no mercado e, com uma demanda inalterada, poderia resultar em uma desvalorização momentânea relevante no preço do bitcoin.
Em julho de 2023, as autoridades do país chegaram a movimentar cerca de 9.825,25 unidades da criptomoeda, equivalentes a mais de US$ 430 milhões na cotação atual, entre diferentes endereços de carteiras digitais. O movimento chegou a amedrontar investidores, mas não houve nenhuma venda.
Embora haja muitas especulações sobre a natureza exata das transações, que agora abrangem mais de 800 endereços de carteiras digitais de criptomoedas, o grande número de operações e carteiras associadas torna o rastreamento das movimentações do governo dos Estados Unidos uma tarefa cada vez mais desafiadora.