Conforme elucida Oluwatosin Tolulope Ajidahun, a leptina, hormônio produzido principalmente pelo tecido adiposo, vai muito além da regulação do apetite e do gasto energético. Nos últimos anos, sua participação na fertilidade tem sido cada vez mais estudada, já que tanto níveis muito baixos quanto excessivamente altos estão associados a dificuldades para engravidar. Essa molécula atua como um verdadeiro sensor metabólico, informando ao sistema reprodutivo se o organismo possui energia suficiente para sustentar uma gestação.
Quando ocorre desequilíbrio nos níveis de leptina, todo o eixo hipotálamo-hipófise-gonadal pode ser afetado. Esse eixo é responsável pelo controle da produção de hormônios sexuais e pela regulação da ovulação e da espermatogênese. Assim, entender a relação entre leptina e reprodução é fundamental para ampliar as estratégias de diagnóstico e tratamento da infertilidade em homens e mulheres.
O papel da leptina na fertilidade feminina
Tosyn Lopes explica que em condições normais a leptina contribui para a liberação adequada do hormônio liberador de gonadotrofinas (GnRH), que estimula a produção de FSH e LH, fundamentais para a ovulação. Quando os níveis do hormônio estão muito baixos, como em casos de baixo peso extremo, desnutrição ou prática excessiva de exercícios físicos, ocorre a interrupção dos ciclos menstruais, resultando em anovulação.

Por outro lado, a leptina elevada, geralmente observada em mulheres com obesidade, está ligada à resistência ovariana. Esse quadro favorece o desenvolvimento de síndrome dos ovários policísticos, dificulta o preparo endometrial e aumenta o risco de falhas de implantação embrionária. Além disso, níveis altos de leptina intensificam processos inflamatórios, criando um ambiente uterino desfavorável à gestação.
A influência da leptina na fertilidade masculina
Nos homens, o hormônio também exerce papel determinante. Concentrações excessivas de leptina reduzem a produção de testosterona e prejudicam a espermatogênese. Oluwatosin Tolulope Ajidahun informa que isso leva à queda no número e na qualidade dos espermatozoides, além de maior fragmentação do DNA, fator associado a falhas de fecundação e maior risco de abortos espontâneos.
Já quando a leptina está em níveis muito baixos, como em casos de magreza acentuada ou desnutrição, ocorre um déficit energético que reduz a produção hormonal e prejudica a qualidade seminal. Assim, tanto o excesso quanto a deficiência criam barreiras reprodutivas significativas, reforçando a importância do equilíbrio desse hormônio para a saúde masculina.
Interações metabólicas e estratégias de manejo
Tosyn Lopes comenta que a leptina se relaciona de forma estreita com outros hormônios metabólicos, como a insulina. Em pessoas com resistência insulínica, situação comum na obesidade, a produção de leptina tende a ser excessiva, mas sua ação fica comprometida, quadro chamado de resistência à leptina. Isso cria um círculo vicioso que dificulta o equilíbrio hormonal e prejudica diretamente a fertilidade.
Entre as estratégias de manejo estão a manutenção de peso corporal adequado, alimentação equilibrada e prática regular de atividade física. Esses cuidados favorecem tanto o metabolismo da insulina quanto a normalização da leptina, criando condições mais propícias para a reprodução. Ademais, terapias farmacológicas específicas podem ser recomendadas em alguns casos, sempre com orientação médica. O sono reparador também desempenha papel essencial, já que noites mal dormidas alteram a liberação desse hormônio.
A importância do acompanhamento especializado
Oluwatosin Tolulope Ajidahun nota que incluir a avaliação dos níveis de leptina em exames laboratoriais pode trazer respostas valiosas em casos de infertilidade sem causa aparente. A análise desse marcador auxilia na identificação de falhas ovulatórias, baixa qualidade seminal e dificuldades de implantação embrionária.
Com base nesses dados, os especialistas em reprodução assistida conseguem elaborar planos terapêuticos mais eficazes, que vão desde mudanças de estilo de vida até suporte medicamentoso e ajustes no preparo endometrial. Dessa forma, a investigação da leptina deixa de ser apenas um dado metabólico e passa a ser uma ferramenta clínica de grande valor para otimizar as chances de gravidez em casais que enfrentam dificuldades para conceber.
Autor: Alan Nacamoto
As imagens divulgadas neste post foram fornecidas por Oluwatosin Tolulope Ajidahun, sendo este responsável legal pela autorização de uso da imagem de todas as pessoas nelas retratadas.