Crescimento saudável exige velocidade. Mas velocidade, sem critério, vira risco.
É por isso que empresas em expansão precisam de um tipo específico de estrutura: uma base técnica capaz de operar com autonomia — e responsabilidade.
Segundo Robson Gimenes Pontes, especialista em estruturação de times e governança operacional, a descentralização controlada é uma das marcas das empresas mais sólidas que já assessorou.
“Elas não crescem centralizando tudo em uma única liderança. Elas crescem multiplicando a capacidade técnica com método e padrão de decisão.”
Na prática, isso significa formar equipes capazes de tomar decisões locais, táticas e operacionais sem depender de validação constante — mas que saibam quando escalar o que realmente importa.
Robson atua na montagem e capacitação desses times. Para ele, a autonomia técnica começa com três pilares:
– Clareza de limite: cada time precisa saber até onde pode decidir sozinho. Isso evita omissão por insegurança ou extrapolação por empolgação.
– Critérios padronizados: a autonomia não é subjetiva. Ela vem acompanhada de processos claros, com métricas definidas e protocolos de exceção.
– Formação analítica: times que decidem com dados e não com impressões mantêm a coerência mesmo em contextos descentralizados.
“O erro não está em descentralizar. Está em fazer isso sem preparar. Quando o time técnico entende o racional por trás das decisões e tem ferramentas para analisar riscos, ele age com liberdade — mas dentro da estratégia da empresa.”
Robson reforça que empresas que centralizam tudo em poucos nomes travam o crescimento.
“O gestor que precisa aprovar tudo vira gargalo. E isso gera lentidão, desalinhamento e desgaste.”
Em suas experiências, ele viu empresas que só conseguiram escalar com consistência depois de adotar níveis claros de autonomia técnica em cada área. Isso acelerou entregas, deu mais agilidade à operação e fortaleceu o senso de responsabilidade coletiva.
Ele conclui:
“Dar autonomia técnica não é abrir mão do controle. É distribuir capacidade de decisão com base, critério e confiança. Quando bem feito, isso transforma o ritmo — e a maturidade — da empresa.”
Autor: Alan Nacamoto